terça-feira, 12 de setembro de 2017

Eu lírico, Irma e sei lá mais o que

As idas à psicolouca psicóloga tem sido até que produtivas depois que eu mudei de especialista. Entretanto, o que eu talvez já esperava ouvir surgiu: Ninguém além de mim precisa mudar e fazer planos. Meio óbvio até...

Entendo, mas como? De onde vou tirar motivação ou algo que o valha pra eu tomar alguma atitude em relação à minha vida, sendo que eu tô custando a levantar pra ir ao trabalho?
O teatro tá ótimo, mas sinceramente estou no limite da minha paciência de esperar esse curso acabar pra algo virar.
Quando tento olhar pra dentro de mim, dá vontade de chorar de pena, de raiva e de tristeza e aquele emaranhado de fio tudo cagado, numa bagunça sem fim, jogado no canto precisando ser organizado.



Mas por onde eu começo nessa merda? Como eu começo isso, se eu não sinto vontade de fazer nada e não sou realmente bom em algo? Nem escrevendo aqui eu tô direito...

Tá foda, mas tão foda quanto isso é ler um texto de um "american carioca" agradecendo a uma catástrofe natural e que sentiu vontade de vomitar ao comparar um furacão com uma enchente.

Sem tirar o mérito da ação governamental pra ajudar o máximo de pessoas possível, mas é tanta asneira, tipo essa:

"A única diferença é que, pasmem, aqui na Florida, mesmo em uma situação absolutamente adversa, as pessoas não trafegam pelo acostamento para tirar vantagem e chegar mais rápido ao destino. Todos respeitam as leis de trânsito, mesmo em situações caóticas, emergenciais. Motociclistas loucos também não existem por aqui. É proibido trafegar entre as faixas. Acho que eles nem sabem o que significa isso, podem acreditar."

Caralho, situação caótica onde? O furacão não tá há 15 minutos das pessoas e esse tipo de fenômeno natural, por mais que sempre trará destruição, é algo "normal" e há todo um procedimento já estruturado para mitigar os danos. Não é uma chuva forte que vai alagar pontos que foram há muito invadidos, cheio de concreto onde não tem água pra escoar e várias outras ramelagens ao longo dos anos que irá haver uma mobilização dessa magnitude. Imagina se o EI ou a Coréia chegasse bombardeando de repente Miami, duvido a galera evacuando de boa. Patético

Lógico, o desvio de verbas que poderia ajudar (resolver nunca) na contenção de enchentes é algo deplorável, mas aí: É "só" mais um caso.
A única coisa preocupante pra quem mora no BR hoje é chuva e nem é pra todo mundo, já que do condomínio, bairro esnobe ou onde não existe risco de alagamento nem passa pela cabeça que merda que deve ser isso.

Outra coisa, o governo só ajuda, pois a "máquina" não pode quebrar. Uma enchente na periferia só fode o trabalhador, que vai ficar uns 5 dias sem ir trabalhar pra arrumar a bagunça e depois volta a produzir. Um furacão, um terremoto pode derrubar o prédio do Itaú, isso seria inaceitável e precisaria de uma mobilização do Estado. Geraldo Walkmen herói, igual ao governador da Flórida.

O país muda, mas as ideias são as mesmas. Hoje eu entro no FB de leve e vejo que quem compartilha com esse pensamento são todos que foram pra fora do país.

Na boa, se for pra comparar, compara direito, esse é o ponto.

Acho que poderia sair mais alguma coisa, porém não estou em condições, pelos motivos abaixo. Quem sabe eu edito mais tarde. Quem sabe?


- Escrito e publicado no horário comercial do pc do trampo, ou em Dublin, Nova Iorque ou Londres.

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