sexta-feira, 4 de março de 2016

Onde Estou?

Hoje faz exatamente um ano desde que pisei meus pés na Irlanda (e basicamente neste mesmo horário - Lá, 14:30).

Seis anos em seis meses, essa é a sensação. Não era mais um turista e tudo o que passei foi de uma intensidade imensa. Mas só quando eu voltei eu pude medir tal intensidade. É como se você estivesse numa colina e se afastasse dela para então se virar e ver o tamanho daquilo.

Quando estava voltando, a ficha caiu quando o piloto ligou o avião.

"Caralho, eu tô indo embora mesmo..." - Pensei.



Olhei pela janela a decolagem e comecei a chorar igual quando me despedi dos meus amigos antes de ir pra lá. O - pasmem - coração apertou de uma forma terrível que eu não conseguia respirar e pra variar, a rota que o avião precisava  tomar fez com que ele desse a volta e consegui olhar Dublin lá de cima, com uma nitidez que eu pude localizar todas as partes que eu andei. Basicamente vi o "meu" apartamento. Um último olhar torturante. Só faltou o piloto chegar e falar "Olha aí pela última vez, otário! Haahahahah!".
Nem na minha despedida pra voltar fiquei desse jeito, estava até empolgado de uma certa forma.

Vi todos os meus momentos lá passando em um segundo por vários minutos, ainda bem que não tinha ninguém perto pra me ver com os olhos inchados...

E hoje, cá estou a lembrar de tudo isso e com um certo pesar.
Não me arrependo absolutamente de nada, até porque não foi decisão minha voltar e talvez isso seja um dos motivos que me chateiam demais.

Um ano. Curioso esse hábito de ficar "aniversariando" as coisas. É tão bom e tão ruim, como no meu caso. Fazer o quê, a bad bate e só dá pra deixar.

Gosto de lembrar das coisas que passei, mas sempre vem com um pouquinho do "era pra eu ainda estar lá" e quando eu voltei pensei justamente no final desse meu texto: "Hoje sei que não quero mais trabalhar em escritório, mas vou ter que ficar nisso até preparar o terreno pra fazer o que eu realmente quero no momento."


Só que eu realmente não sei o que quero fazer, só sei que escritório nunca mais.
Penso (lê-se "quero") em fazer dublagem, mas tenho que fazer um curso que nem é tão caro assim, mas os arrombados querem que eu pague em 1 ano. Um maldito ano dando quase R$ 1.000,00 é foda, e eu nunca vi mais que R$ 1.500,00 na minha mão até hoje. O curso tem duração de dois anos, mas ninguém facilitou pra mim. Por isso que só se vê playboy nessas paradas, nada inclusivo.

Tirando o recalque, agora sou obrigado a ter em mente que vou ficar mais tempo trabalhando em algo que não quero mais pra pagar o curso e não posso procurar um trampo com dedicação trabalhando, mas também não dá pra ficar desempregado agora. E lá vou eu empurrar a vida com a barriga. Só não me importaria com uns bons anos em escritório se eu passasse em concurso, já que pagam bem mais e fica mais fácil de juntar grana pro curso e fazer outras coisas.

Você quer fazer várias coisas pra ontem mas não consegue executar nenhuma. Você não tem tempo, dinheiro, só disposição. Nada mais é de graça. A impressão que fica é que quando as coisas começarem a fluir, será tarde. E com tanta ideia rolando na cabeça, ainda assim não sabe o quer ao certo.
Dublar pode ser que não mude minha vida, mas seria uma coisa que me daria prazer em fazer hoje. Parece que se afasta mais dia após dia. Algo deve ser feito.

Mas culpa é somente sua, você devia ter se esforçado mais.

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