Escolhas

Já vou avisando que tem spoiler na parada. Se você não assistiu Black Mirror ainda, não assista, caso não queira passar mal.

Quero continuar com a mesma linha de pensamento que eu tava no post "Flashback" e como estou me sentindo em relação a isso tudo.



T01E02: 15 Milhões de Méritos.

Esqueça toda a tecnologia que tem nisso. Nós já vivemos assim de uma certa maneira e pior, os inconformados também fazem parte disso. Nossas doses de "concordância" estão no que consumimos (de comida a drogas) e nossos méritos são recarregados todos os meses, ao invés de diariamente. Nossas bicicletas, nossas mesas, nossas baias, nossos caixas, nossos telefones, nossos transportes...


Para ser alguém e deixar de usar a bicicleta para deixar de ser um gerador e sim um receptor, você deve ter talento. O talento que eles querem que você tenha.
Quem são eles? Tá aí uma pergunta interessante.

Se aparece um "louco" querendo causar, eles dão um jeito de contornar a situação (Diversas formas de controle foram criadas e muitas se tornaram obsoletas, caindo com as quebras de barreira, mas como uma cicatriz, a brecha é sempre fechada. Mas para que isso aconteça, ou nosso comportamento tem que mudar ou alguém usa o sistema contra o próprio sistema, causando uma breve pane para que algo diferente aconteça.) e esse "louco" se torna mais um pra nos controlar e confortar o novo nicho de loucos que foram criados.

Mano, tô chateado.
Não tô conseguindo pensar de outra forma, que não seja desta. Isso tá um saco e um tédio só. Parece que a única autonomia que temos hoje é quando fazemos nossas escolhas, sejam as mais decisivas (e olhe lá se já não fizeram sua cabeça pra escolher) ou as mais corriqueiras, das quais nem nos damos conta que estamos escolhendo. De alguma maneira, cada decisão nos levará em pra algum lugar. Às vezes pro mesmo lugar, mas por caminhos diferentes.

Mesmo assim, estamos na bicicleta e o que estamos fazendo da vida está na tela a nossa frente. Qual escolha temos mesmo?